Falando
sério!
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© Lenise M. Resende -
Nasci no dia 18 de janeiro, Dia
Internacional do Riso. Sou de Capricórnio, e a maior característica das pessoas
desse signo é a seriedade. Como a seriedade capricorniana não significa falta de
humor, alguns humoristas brasileiros são desse signo. Mas, já que não acho graça
em programas de humor, não sou fã de nenhum deles.
Apesar da seriedade assumida, sempre me
considerei uma pessoa bem humorada, já que costumo rir dos contratempos do dia a
dia. Só que existe uma grande diferença entre o considerar e o ser. E, sem que
eu percebesse, na maior parte do tempo o humor deprimido é que predominava em
mim. Sendo assim, foi com surpresa que descobri ser portadora de distimia, uma
forma crônica de depressão, que foi reconhecida pela medicina nos anos 1980.
Assim como outras doenças, a distimia
se manifesta de diversas maneiras, e a intensidade dos sintomas pode oscilar.
Por isso, durante um período de remissão dos sintomas, me descuidei e interrompi
meu tratamento. Agora, após uma recaída, estou retomando e, por esse motivo,
tenho ficado pouco tempo no computador.
Para minha família, esse assunto não é
novidade. Somente os amigos poderão se surpreender, pois raramente falo sobre
isso. E, se agora estou falando, é por ter notado que a distimia ainda é pouco
conhecida. Não há exames de laboratório ou radiografias que atestem sua
existência. Aquele que é portador, sente o que tem, mas não pode mostrar aos
incrédulos que o rodeiam. E isso o torna um alvo fácil dos conselheiros de
plantão.
Um tratamento mais prolongado para
qualquer tipo de depressão costuma despertar sentimentos negativos. O que não
ocorre com o tratamento prolongado de outras doenças como hipertensão, diabetes
ou asma. Colocar dúvidas sobre a capacidade de uma pessoa decidir o que é melhor
para ela, não irá melhorar sua autoestima.
De boas intenções o inferno está cheio!
- alertou São Bernardo de Claraval. Quem nunca teve depressão, não sabe a tortura que é ler
determinadas mensagens com dicas, conselhos ou fórmulas mágicas. Acredito nas
boas intenções de quem as escreve e na de quem as repassa. O que acho difícil é
que essas pessoas acreditem o quanto elas podem ser dolorosas de serem
lidas.
Se conselho não adianta, parece
difícil, então, dar apoio aos distímicos e deprimidos. Se a pessoa já está em
tratamento médico, só duas sugestões me ocorrem: paciência e respeito. Amor,
carinho e outras formas de afeto, também, é claro!
* * *
Nota - Crônica filosófica (reflexão a partir de um fato ou evento)
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Nota - Crônica filosófica (reflexão a partir de um fato ou evento)
Um comentário:
rubem cabral disse...
Bem interessante, Lenise. Você poderia comentar um pouco mais sobre a distimia? Ou apontar alguns links?
Tive depressão por uns meses, mas a causa foi externa, motivada por uma separação gerada pela burocracia de vistos de residência. Fiquei assustado com a paralisia, a apatia que me acometeu...
Desejo sinceras melhoras!
sexta-feira, agosto 31, 2012
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